Aço

Recentemente, fotografei trens antigos num pátio ferroviário da capital do nosso estado, a cidade de São Paulo. A tarefa fez parte de uma ação institucional que visa trazer para nossa cidade vagões antigos, fora de uso, que possam ser restaurados e utilizados para atividades culturais e turísticas. Adentrando ao pátio, logo nos deparamos com o conjunto de “gigantes de aço”, imóveis ao lado das linhas que agora permitem que modernos trens coreanos cruzem a cidade. O silêncio habitaria aquele lugar, se o mesmo não fosse fustigado com a devida regularidade pelas modernas composições coreanas que correm ao lado. Porém, depois de algumas horas fotografando os trens, tive a impressão que aquele é um lugar profundamente silencioso. Refiro-me ao burburinho humano das chegadas e partidas, dos encontros e desencontros nas estações, nas madrugadas, manhãs, tardes e noites, burburinho que por décadas acalentou os velhos vagões. Agora é tudo silêncio. Quando observei as entranhas das velhas composições me pareceu que o aço, assim como o homem, sentia saudades…

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